Swedcham:
jovem aos 70!
POR JONAS LINDSTRÖM, DIRETOR EXECUTIVO DA CÂMARA DE COMÉRCIO SUECO-BRASILEIRA

Era março de 1953, um notável grupo de líderes empresariais visionários — todos trabalhando para empresas suecas no Brasil — se encontraram no Edifício Matarazzo, no Centro de São Paulo. Eles queriam fortalecer os já estreitos laços entre Suécia e Brasil.

Nesse encontro, foi criada a Câmara de Comércio Sueco-Brasileira, a Swedcham. Se esses homens estivessem aqui hoje, 70 anos depois, acredito que eles estariam muito felizes em ver que a Swedcham continua viva e forte em 2023.

Minha participação nessa história começou em 2009, quando fui indicado ao cargo de Diretor Executivo. Até então, eu tinha muito pouca experiência em negócios, mas a diretoria, liderada pelo então presidente Christer Manhusen, me garantiu que oferecer networking profissional e desenvolvimento de competências eram mais importantes para a Câmara do que consultoria em negócios. Eu ainda estou por aqui — em um dos melhores empregos que alguém pode ter, como costumo dizer.

Em 2011, fui convidado para um encontro com a Rainha Silvia numa de suas visitas a São Paulo, onde ela passou a infância. Ela me questionou sobre nossa atuação e sobre como as empresas suecas estavam





O icônico Edifício Matarazzo, em São
Paulo, nos anos 1950. Foi a sede do
escritório da Uddeholm, Cia. T Janér
– e o primeiro lar da Swedcham!

O Rei Carl XVI Gustavo visitou a Swedcham em
2017. Aqui ele está junto ao então presidente
Nils Grafström (ao centro) e o Diretor
Executivo Jonas Lindström (à direita).




no Brasil. Sua curiosidade e seu conhecimento me marcaram a ponto de influenciar, a partir daquele dia, a forma como vejo nosso trabalho na Swedcham.

O trabalho envolve desde conversas inspiracionais até grandes eventos. Lembro bem quando a Volvo Ocean Race veio para o Rio de Janeiro: a Ericsson celebrava seus 85 anos no Brasil e sua equipe tinha dois barcos na água, um deles liderado pelo velejador brasileiro e multimedalhista olímpico Torben Grael. Entre as baterias, a Ericsson organizou um almoço beneficente para a Childhood Brasil, que teve como convidada de honra a Princesa Herdeira Vitória. Como esperado, Torben Grael e sua equipe venceram aquela corrida.

Muitos outros grandes eventos vêm à minha memória: o Nobel Prize Dialogues, em 2013; a Copa do Mundo de Futebol, em 2014; os Jogos Olímpicos de 2016; o Global Child Forum, em 2017; e a Conferência de CEO da SEB Nordic, em 2019. A Câmara esteve em todos esses eventos. Para as Olímpiadas, a Embaixada e a Swedcham organizaram um jantar de gala no Rio, em um espaço decorado aos estilos sueco e brasileiro. “Isso é mágico”, sussurrou a Rainha enquanto eu a acompanhava até o seu lugar.

Pequenos eventos me impactam da mesma forma. Por exemplo, quando o Rei Carl Gustav visitou a Câmara em 2017 e se encontrou com startups suecas no Brasil. Foi um pesadelo para a segurança, porque o Rei insistiu em caminhar do seu hotel até a Câmara.

Ao longo dos anos, a Swedcham cresceu em tamanho e expandiu sua atuação.

Nós somos membros da Swedish Chambers International (SCI), uma organização que reúne 24 câmaras suecas de todo o mundo, e de cujo conselho faço parte. Em 2019, a SCI lançou o Global Business Climate Surveys, junto ao Business Sweden.

No Brasil, lançamos o Young Professionals, um













projeto que conecta jovens brasileiros e suecos a empresas e universidades da Suécia. Há uma Feira de Carreiras todo ano e, em 2023, nós lançamos um programa de mentoria que une 30 jovens talentos a executivos de empresas suecas no Brasil.

Além disso, nossa presença no mundo online cresceu bastante ao longo dos últimos anos, com lives e mídias sociais ativas. Essas iniciativas foram essenciais para sobrevivermos ao período de lockdown da pandemia, quando, em poucas semanas, a Swedcham se tornou 100% digital.

Hoje em dia, nós organizamos eventos híbridos, tanto no nosso auditório para 60 pessoas, nos Jardins, em São Paulo, quanto para todo o mundo, online. Um convidado foi Torben Grael, que em um “fika online” contou sobre seus projetos desde a Volvo Ocean Race em 2009.

Ao olharmos para o futuro, temos a certeza de que a Câmara vai continuar seu trabalho, sempre pensando sobre como os negócios e a tecnologia podem unir as pessoas. Paz, democracia, livre comércio, sustentabilidade e igualdade social são objetivos que somente podem ser alcançados por meio do diálogo aberto e construtivo. E você pode continuar a contar conosco para criar as bases sob as quais se dá essa comunicação.

Neste trabalho, deixo meus profundos agradecimentos ao meu presidente Sergio Quiroga, ao nosso conselho diverso e qualificado, além do meu pequeno, mas eficiente time e, acima de tudo, a todos os membros da Swedcham.

Que nós continuemos a fazer história — juntos!