Nem todos conhecem
a jabuticaba - mas
eu gostaria que
conhecessem
POR SUA MAJESTADE RAINHA SILVIA DA SUÉCIA

A jabuticaba é uma fruta brasileira que é doce e amarga ao mesmo tempo, ótima para ser degustada sozinha ou em geleias e sucos. Durante a minha infância em São Paulo, eu comi muita jabuticaba, e hoje em dia cultivamos essa fruta nas estufas do palácio real, na Suécia. Essas árvores são pontes temporais e geográficas — são também boas lembranças da minha mãe brasileira, Alice Soares de Toledo, bem como do amor e carinho que tenho pelo Brasil.

Como Rainha, eu retornei várias vezes ao Brasil, sozinha ou acompanhada da minha família. Minha primeira visita oficial foi em 1984, ao lado de sua Majestade, o Rei.

A Câmara de Comércio Sueco-Brasileira desempenhou um papel importante em muitas dessas ocasiões, como nas visitas de Estado em 2010 e

2012; no nosso tour pelos Jogos Olímpicos do Rio em 2016; e em 2017, quando São Paulo sediou o Fórum de Líderes Empresariais Brasil-Suécia e o Global Child Forum da América do Sul.

O bem-estar das crianças é uma questão muito importante para mim. Em 1999, fundei a World Childhood Foundation (Childhood Brasil), que atua para proteger as crianças da violência do abuso sexual. Nós prestamos apoio a organizações locais que estão desenvolvendo métodos inovadores para ajudar crianças vulneráveis e suas famílias. Tenho muito orgulho da Childhood, que atua globalmente, com colegas dedicados, trabalhando nos escritórios da Suécia, Alemanha, Estados Unidos e Brasil.

Em 2003, durante um evento da Childhood, em São Paulo, perguntei à lenda do futebol e, desde 1958, um amigo da Suécia, Pelé (1940–2022), se ele

gostaria de se sentar ao meu lado. Ele gentilmente concordou. Seu charme, bom humor e, acima de tudo, seu compromisso em ajudar a juventude do Brasil me deixaram uma boa e inapagável impressão.

Ao longo de todos esses anos, tenho me orgulhado de como as relações entre os nossos países se fortalecem com o passar do tempo, bem como a presença dos negócios suecos no Brasil.

Também gostaria de mencionar o Cônsul Geral da Suécia, o Sr. Erik Svedelius (1909-2009), cujo amor pelo Brasil e trabalho árduo facilitaram as boas e duradouras relações entre os dois países.

Ele passou quase a vida inteira no Brasil e, na verdade, foi o primeiro sueco que eu conheci, quando tinha apenas três anos de idade, pois meu pai trabalhava para a empresa sueca Uddeholm. Graças ao Sr.

Svedelius, muitas empresas suecas mantiveram a confiança no Brasil durante tempos difíceis.

Como seu membro honorário, eu gostaria de parabenizar a Câmara de Comércio Sueco-Brasileira (Swedcham) pelo seu 70º aniversário e seu sucesso em construir pontes entre nossos dois amados países.

Muito obrigada a todos: Swedcham, Embaixada da Suécia em Brasília, FAM (Fundação Wallenberg) e Centre for Business History em Estocolmo. Obrigada por produzir este livro tão interessante.